A essência da neutralidade é o Dharma – Deixar acontecer o que tem de ser feito

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A essência da neutralidade é o Dharma – deixar acontecer o que tem de ser feito.

Entre o certo e o errado, partilho contigo algumas reflexões em silêncio.

A neutralidade não é a passividade de uma rocha, tal como o silêncio não é ausência.

A neutralidade não elimina a escolha, mas revela a natureza incondicional e inseparável do absoluto em qualquer forma. Revela a reciprocidade da comunicação através das diferentes posições e projeções.

A harmonia vem da reciprocidade entre os opostos, da compatibilidade que transcende a tolerância, e da cooperação que transcende a comparação ou a competição.

Os opostos opõem-se, mas nunca se separam! É quando paramos de separar o que é recíproco que a neutralidade e o que deve ser feito se revelam. 

Só a ação pode ser neutra, positivo e negativo são extremos, simples avaliação do resultado.

A ação já não é confronto quando a mais benevolente neutralidade deixa acontecer o que tem de ser feito e permite ao alento passar através de nós e guiar a nossa vida. A neutralidade permite-nos permanecer atentos ao movimento entre os extremos enquanto percebemos o propósito do silêncio, do Ser.

A neutralidade é imune ao positivo e negativo. É o silêncio, o elo de ligação entre os extremos. Precisamos voltar ao silêncio sim, mas não para nos realinharmos com uma nova estratégia que derrotará um dos lados, mas para cooperarmos com o que é.

A neutralidade está subordinada à reciprocidade ativa entre o livre arbítrio parcial e as Leis da Natureza imparciais.

É o reflexo aberto e atento da mente cósmica que permite cada momento ser tangível, possível, e neutro na sua fundação.

São os resultados que qualificamos de positivos ou negativos. Podemos preferir um oposto a outro, mas ambos estão destinados a encontrar-se para anular os extremos e trazer transformação. Trata-se de mover-nos do relativo para a fundação absoluta da consciência.

Nós somos essa ponte que viaja entre os extremos para criar diferentes fenómenos. Na neutralidade, a perceção é recíproca, para o mundo dos fenómenos e para o absoluto neles, sem drama.

Tudo acaba por encontrar-se, quaisquer que sejam os tempos, lugares ou tradições. As diferenças estão apenas na consciência de separação. Apenas porque nos sentimos separados, buscamos segurança e proteção. Todos queremos ser diferentes e especiais, mas ao mesmo tempo procuramos a igualdade. Procuramos a igualdade nos diferentes fenómenos mas a igualdade é o substrato, a fundação de tudo.

Na Natureza, uma força extrema numa determinada direção tende a desencadear naturalmente o crescimento de uma força oposta. Não é a força a base desta neutralidade, mas sim a aceitação da transformação inevitável.

É o apego e a aversão aos opostos que devemos transcender, não a ação ou o envolvimento nesta viagem entre os extremos.

A neutralidade está em todas as direções quando não precisamos evitar nenhum dos lados para proteger-nos.

É quando paramos de evitar um lado, quando paramos de atribuir-lhe carga ou hierarquia, que ele deixa de pressionar-nos. O mais opõe-se ao menos para revelar a neutralidade. Apreender a realidade da impermanência dos extremos permite-nos alinhar-nos com a neutralidade e escolher a ação que faz evoluir as forças da natureza através de nós.

Nada é sobre eliminar um lado, mas sobre mudar a relação entre ambos, largar qualquer tendência aditiva de apego ou aversão.

Neutral não é desmotivado ou movido pela resistência, mas impulsionado pela criatividade que vem da consciência da unidade. Envolvido, mas não emaranhado! Nada é bloqueado ou manipulado. A ação não é deliberada, mas uma resposta iluminada e espontânea ao que se apresenta.

Não existe tentar ou evitar, aceitar ou rejeitar, mas apenas a presença que testemunha diferentes aspetos da mesma verdade a manifestarem-se conforme uma visão karmica.

A neutralidade é como uma onda no oceano, não existe nenhuma estratégia para ela ser alta ou baixa, ela move-se livremente relaxando como oceano.

A neutralidade é esta compaixão e ação inseparáveis. A neutralidade é uma vibração que se transforma quando reconhecemos e avaliamos os fenómenos, mas nunca deixa de ser neutra independente da transformação.

Precisamos encontrar este lugar, descansar neste silêncio neutro. Não são os países, as comunidades que mudam, é cada um de nós.

O coração é este lugar neutro.

Que possamos todos descansar no nosso coração aberto e desapegado. A transformação é inevitável…

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