Pancha MahaBhuta – Akasha – Vayu – Tejas – Apas – Prithvi
Os 5 elementos são concebidos como matéria física, mas na realidade são diferentes estados de energia que se relacionam e formam as Leis da natureza.
Através dos 5 sentidos nós reconhecemos o mundo externo. Os 5 elementos são a encarnação da energia subjetiva dos nossos sentidos.
Ambos gozam de uma afinidade. Os elementos são o alimento, a dieta dos nossos sentidos, e de cada célula.
Alguns elementos opõem-se, pois cada um bloqueia a expressão do outro. Por exemplo, fogo e água, podem anular-se. Para coexistirem, fogo e água precisam estar separados. Muito fogo no corpo criará inflamação, enquanto muita água pode anular o fogo e causar indigestão.
Alguns elementos apoiam-se e nutrem-se mutuamente. A terra e a água adoram ‘enlaçar-se” e o ar e o fogo aumentam-se mutuamente.
Outros elementos são simplesmente amigáveis ou cooperativos. Por exemplo, água e ar convivem sem problemas. O mesmo ocorre com o fogo e a terra.
Cada elemento tem em si a essencia dos anteriores mais súbtis.
Os elementos mais súbtis purificam os mais grosseiros.
Os elementos mais grosseiros protegem os mais súbtis.
Mas falemos de cada um individualmente:
O princípio espacial de Akasha, que por vezes é chamado de Espírito ou Inteligência etérica, é caracterizado pela ausência de resistência, indefinição, suavidade, leveza, transparência e capacidade de permear tudo, puro potencial. O conceito de Espaço-Tempo é flexível e maleável.
Akasha é o útero da criação, o vazio de onde tudo emerge, o silêncio. Precisamos de espaço para viver, para nos movermos, para crescermos e comunicarmos.
A audição é assegurada através de Akasha. O som cria e caracteriza este elemento.
Psicologicamente, o espaço funciona como um reset, dá liberdade e paz, abre a nossa consciência e é percursor de amor e compaixão. Ao mesmo tempo pode fazer-nos sentir desenraizados, isolados, vazios, inseguros, angustiados ou com medo.
O medo é o encontro do homem com o vazio do espaço, o confronto com a perda de definição, de direção e controlo.
É interessante que o conceito comum de saúde advém do medo da doença, e não da fé na visão da totalidade.
A verdadeira abundância da vida revela-se quando abraçamos o espaço na angustia da ‘morte’, que não é mais do que um eterno começo.
Não existe destruição, apenas medo do espaço!
O ar ou vayu é o elemento da liberdade, espontaneidade, do ritmo, do movimento, direção e motivação. É a respiração, o impulso de todos os fenómenos, a longevidade do tempo. Vayu é móvel, errático, leve, frio, áspero ou irregular, subtil, seco, transparente e penetrante. Ele fragmenta e dispersa. O ar em si, é intangível, no entanto nós mantemos uma transação constante entre o ar dentro de nós e o ar da atmosfera, bem dentro do nosso peito.
O tato está associado a Vayu para percecionar a vibração da forma. É o tato que cria e caracteriza o elemento ar.
Este principio de vayu pode ser percursor de felicidade, frescura, alegria e excitação, mas também pode provocar medo, angústia, insegurança e nervosismo, ansiedade, pânico.
O fogo ou tejas é o coração do sol, quente, leve, móvel, seco, aguçado, penetrante e luminoso. No corpo o fogo é diluído precisamente para não queimar. O fogo é ativo e mutável. O efeito físico de tejas é incendiar ou queimar, digerir, absorver e assimilar nutrientes, mantem o calor corporal, dá côr à nossa pele. O fogo tem o poder de transformar todos os elementos físicos que entrem em contacto consigo.
O fogo está associado à luz e à visão. É a visão que cria e caracteriaza este elemento.
O fogo é a visão da mente e a sabedoria do coração. Fogo é inteligência.
É necessário para a transformação, atenção, compreensão e reconhecimento da forma.
Ao mesmo tempo, o fogo é fonte de raiva, ódio, inveja, crítica, ambição e a tentativa de competir com os outros para sermos vistos individualmente. Esta individualidade pode ser experimentada como isolamento, e esta visão de separação é apenas uma distorção de tejas, da nossa luz.
O Agni simboliza a alma; é o poder da mudança que não pode ser limitado ou superado. Luz, calor, cor e energia são meramente atributos externos; interiormente, o Agni impulsiona a consciência, a percepção e o discernimento.
Apas, a água é a fertilidade condensada da luz de tejas, é a integridade de todas as formas e é adaptabilidade. É a memória de onde tudo emerge, o espelho que nos mostra quem somos. É dela que recebemos o primeiro impulso, para nascermos.
A água flui, é pesada, macia, fria, densa e comunicativa, tem uma função de ligação e lubrificação, nutrição e hidratação, a água quebra qualquer resistência. É o sangue da terra. É 72% do nosso corpo. Um pensamento, uma emoção, um toque, tudo isto pode alterar a forma como a água se comporta no nosso corpo.
A água é sobre emoções e sensibilidade, relações e conexões. Falta de água afeta os rins e as glândulas supra-renais, causando fobias e reações de luta ou fuga. Pode causar bloqueios de crescimento, criatividade e fertilidade e, em muitos casos, estagnação, melancolia, depressão, paranoia, desespero e impotência. Falta de água também pode causar falta de memória, ausência de iniciativa e excesso de necessidade de controlo.
A água ajuda a eliminar as toxinas do corpo e até a remover a energia negativa da mente e do subconsciente. Não é por acaso que dizemos que a meditação é um mergulho nas águas da consciência.
A água está associada ao sabor. É o sabor que cria e caracteriza Apas, porque sem humidade a nossa língua não pode saborear. O sabor é indispensável para a nutrição e conservação da vida. A água suaviza todos os elementos.
Água é contentamento, amor, equanimidade e compaixão. Também pode ser fator de sede, edemas e obesidade.
O elemento terra, Prithvi é a paisagem dos sentidos, a imagem do divino, é caracterizado por ser pesado, lento, estável, sólido, denso, irregular, compacto e imóvel, conferindo ao corpo força, estrutura e resistência. Quando colocamos os pés e mãos em contato com a terra, o efeito harmonizador é maravilhoso.
O elemento terra é a extensão vísivel do cosmos, é a densidade da energia e o palco de todas as manifestações. É o tecido de todos os fenómenos.
A terra está associada ao olfato que cria e caracteriza este elemento.
É percursora de perdão, estabilidade e crescimento, mas também pode ser fator de apego a coisas e pessoas, ganância e depressão quando nos fechamos à fertilidade da mudança. A sua ausência causa uma sensação de falta de estabilidade, uma sensação de pobreza e não merecimento ou falta de fé.
Num organismo saudável todos os elementos estão em equilíbrio. Uma distribuição ou acumulação desarmoniosas, leva a distúrbios e doenças.
Dependendo de como os elementos se combinam dentro de nós, é o que determina a nossa constituição física e mental, e a nossa experiência.
Vem aprender mais sobre os Princípios e Aplicações do Ayurveda na tua Vida.
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